Um tempo de trabalho em áreas de Reforma Agrária marcado minha mente com o ritmo vigoroso e persistente do trabalho feito com as mãos. De volta à cidade do Salvador, não agüentando a tutela do estado, o coração jamais esquecia os semblantes do povo da roça enquanto lidavam com suas plantações e seus artesanatos de fundo de quintal.
O avoador derretia na boca a saudade de uma gente que trabalhava duro e se divertia o que podia daquele seu jeito inteiro e simples.
Fui tomada pela idéia de vender aqui os produtos de lá, e de tantos outros cantinhos por esse interior onde até hoje ainda perdura a alma artesã que anima o nosso negócio.
Não é um negócio fácil, como alguns pensam. Temos grande responsabilidade com os clientes, que vão se alimentar com as nossas delícias. Elas têm que ser feitas com o maior cuidado na escolha dos ingredientes, na higiene do ambiente de produção, na manutenção em temperaturas adequadas e na decoração original e bonita de cada produto. Afinal, não se come só com a boca, não é?
A responsabilidade não é menor com a nossa equipe de trabalho. No início, e durante os primeiros anos, amargamos a solidão pela qual todo empreendimento pioneiro passa. Desde o início, no entanto, e até hoje, nossa empresa tem o nome bem zelado no Ministério do Trabalho, no INSS, na Secretaria da Saúde, na Receita Federal, Estadual e Municipal, em que pese à alta carga de tributos que ainda hoje pesa sobre o nosso negócio.
Também aí, devemos à gente da roça esta grande lição. Nas piores condições de trabalho, muitas vezes desesperadoras, sem ajuda de nenhum governo, prevalece a lei da natureza humana de trabalhar com persistência e honestidade. Enfrentar cara a cara, de olhos abertos, todos os problemas, até o fim. Sem pisar em quem está do lado.
Na selva da cidade, sempre evitamos o atalho da esperteza e a ganância do ganho fácil e rápido.
Toda a nossa equipe sabe que nosso maior patrimônio é a nossa clientela, do lado de fora do balcão, e nossos fornecedores e parceiros, na retaguarda. Carinho, cuidado, rigor e pontualidade - com todos eles. Isto oferecemos, isto cobramos. Vivemos disto.
"QUEIJO & CIA." já encontramos e, não fosse tão grande a burocracia, desde o início teria se chamado "BODEGA". Este era o espírito da coisa. Uma vendinha de interior. Tem de tudo. Se não tiver, corremos atrás.
Calendário girando, trabalho acontecendo, passando por Praia do Forte chegamos à estampa de hoje - "CASA DE NOCA". Habitada por esta mesma alma simples, mas já uma grande casa de sabores e cheiros diversos invadindo o Rio Vermelho montando um novo espaço, dessa vez com o objetivo de esperar e passar bem instalado a obra do ceasinha que acreditamos, queremos e precisamos.
Para provar, só indo lá. Se deseja, não fique parado. Venha aqui! Ligue, mande um e-mail, uma carta, pombo-correio, envelope com selo, sei lá! Mas não fique parado. Porque a gente não para. Se a gente parar e a vida nos pegar, a gente morre.
Faça uma visitinha para nos conhecer. Um cafezinho, um chá, uma aguinha de coco, além de mil e uma delícias por onde passar a língua. Gostou de alguma coisa? Então leve que a gente embala com gosto. Alguma coisa de que você gosta muito, mas faz tempo que não come? Diz pra gente, que a gente vai atrás. Se você está longe, mas tem outra receita, ou outra dica, mande pra gente.
E continuamos a escrever a nossa história com a abertura da nova casa em Vilas do Atlântico, um espaço de mais de 70 m2, estacionamento, ambiente completamente climatizado, rede wifi, com o mesmo gostinho da roça e com os preços da feira. Venha nos fazer uma visita!!!
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